quarta-feira, 25 de junho de 2014

Tormento noturno ( dialogando com o "eu" )


Não quero me apressar ou cobrar muito de mim mesmo
apesar do tempo ser pouco e me sentir obsoleto
parei no tempo, mas me camuflei muito bem
não sei ao certo que horas são
minha insonia e meu novo fuso horário
tenho repulsa dos meus pensamentos de escarnio;
tenho medo de acordar e perceber que estou curado.
Procuro significados e palavras no dicionario que me completem
ou ao menos me faça sentir presente , minha mente anda longe... longe.
pelo menos dirão que eu tentei :

- Viu  aquele rapaz sonhador morto de loucura na semana passada ?
-Pois é... ele sonhou, lutou, se iludiu e amou por nada, ele matou....
-Fiquei sabendo que matou os sonhos por falta de futuro...
- Já eu fiquei sabendo que não tinha para onde voltar, então cortou os pulsos...
da mão que o alimentava .... mas que alma ingrata não !?
- alma ingrata !
-alma ingrata !
alma ingrata ! - concordariam entre si esses sangue de barata

Bocas imundas falam e falarão de meu nome
ainda da tempo de relembrar um semblante
minha insonia diz que ha tempo...
mas me recuso, nesse novo fuso horário nunca e tao tarde
para encontrar as palavras certas que montam uma frase
saber se expressar e estar liberto das grades
mas nesse devaneio tentando não me esquecer do semblante
me distanciei tanto que me encontrei ilhado
no meu descontentamento e no meu passado.

Alguém ainda vai dizer que sou arcaico
como uma peça de museu, sou imutável
outros atreverão a dizer que não vivi a vida
mas não nasci pra viver mas sim coexistir
procuro um alguém , e esse alguém não está aqui
as lembranças dos diálogos diários  que tenho comigo mesmo
me levam a ver realidades alternativas
a vida e um beco sem saída
e a morte um dia sempre vem.



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