terça-feira, 21 de outubro de 2014

Carta para Deus

Não estou na condição de pedir
mas vou pedir mesmo assim
ultimamente todo dia pode ser meu ultimo dia
minha face materializa toda minha agonia
meus dias coloridos mas sem alegria
já perderam toda sua cor
porque acreditei que a alegria estivesse em outro campo
é essa pobre ovelha se afastou do seu rebanho

não estou na condição de pedir não o Deus
mas os meus dias são dias seus
cada lagrima cada partida e chegada
não aconteceria se não houves-se um dedo seu
não passando o peso das consequências a ti  o Pai
mas tudo e por permissão tua e o livro arbítrio compactuá

não estou na condição de pedir não o Senhor
mas até um ladrão na ultima hora tu salvou
vejo meus inimigos todos triunfando
as potestades os principados e o príncipe da pérsia
todos eles riem e zombam da minha então momentânea queda
ô Senhor por favor me traga de volta a seu lar
que mesmo não me fazendo bem e o único lugar
em que a paz reina afinal e o meu lar
e teu reinado e de paz e justiça com equidade
onde devo acreditar que não há maldade
mesmo que ela esteja lá , mas olhos maus só enxergam trevas
se tivesse olhos bom teríamos agora uma outra conversa

não estou na condição de pedir pão, o Senhor
mas a fome pega  desde o dia que em esse filho te deixou
aonde não á vida hoje existe morte
a cada dia meus olhos fecham mais
se aproximando o cheiro da morte
é mesmo assim não consigo entender
não me encontro em ti mas a alma anseia você
fazer o que  e certo apenas por fazer...
não me parece correto e já tentaram me convencer
mesmo com o Senhor me acordando na hora certa
e me lembrando da dosagem correta
meus olhos presenciam mas não querem ver
que o Senhor cuida e me chama pra perto de você..

vai entender... o filho prodigo pra mim foi sempre o que permanecia
debaixo das suas assas  e do seu teto se aquecia
e quando viu o irmão largar tudo não o compreendia
mas sentia a mesma dor mas optou pela serventia
e mesmo trabalhando ao lado de ti nunca conseguiu de fato sentir
o que o filho foragido  veio a viver
carinho, amor, ternura, roupas novas e um anel
o filho prodigo nunca saiu de casa mas sua alma já estava exclusa
fora do papel a tinta se sente suja
e mesmo lutando de nada valeu
em vão vigia a citadela
assim como em vão luta se em ti não se espera
nem que seja uma palavra sim sim ou não não
um ladrão foi honesto mas o outro julgou sem razão

não tenho credito para pedir como uns dizem
mas meu credito não e por ações
mas por um sangue que ainda escorre
e a cada gota nos livra da morte
então o Pai livre os irmãos dos caminhos
em que me encontro e que alguns ja se perderam
não só os da tua casa mas o que também considero
minha mente anda exclusa do teus projetos
mas me ajude a melhorar nesse meu trajeto
me livre desse mal que me deixou cego
e mesmo com pouco tempo faça esse tempo ser o nosso momento
o dia aceitável do Senhor e hoje
e o hoje está sempre batendo  na porta do meu coração








quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Monologo mental part 6 (a teia)

Um abismo chama outro abismo e  o empirismo e o começo de tudo isso, acreditei somente  no que tinha e não no que iria por vir  na verdade nunca sonhei chegar onde estou mas acabei voltando pro inicio de tudo ... onde realmente estou e onde queria estar ?
não, não é, nunca quis estar em um lugar.... exceto na paz mas ela não e um lugar e sim um estado de espirito mas estou distante da espiritualidade , se distanciar sempre foi algo que vejo como escape e uma idiossincrasia minha admito.

minto quando digo que quero continuar já parei por que não me encontrei mais lá, lá na paz, onde não e lugar é sim um estado de espirito mas que ironicamente a vida transportou pra algum lugar , enfim não me importo .

minha mente se perdeu a semanas e tento encontra-la em qualquer rua suja ou mobiliá velha que a tenha deixado , mas uma coisa sei de fato , que não foi a sujeira ou a poeira que a corroeu , foi o fato de acreditar que a luz do sol poderia ser melhor que a visão fosca que sempre tive de tudo que houve e ainda haverá ( exceto aquele dia que conheci a verdade) .

desdouro a vida que ainda havia em qualquer lugar de mim , só porque deixei de quase acreditar  , mas conclui que foi um erro ter caminhado mais depressa aquele dia , foi um erro ter subido as escadas foi um erro ter escolhido entre as ultimas portas do metro para entrar e foi um erro maior sair e caminhar... devia ter ficado parado fitando a teia de aranha aquecida pelo calor da luz do posto na madrugada fria de um dia qualquer ...

aquela teia não estava lá em vão ela poderia falar comigo, o que os zumbis que vejo todos os dias não falam ou não conseguem ver mas ela viu , ela viu alem de mim e por isso a ignorei ela ficou parada com sua autossuficiência de vida aquecida pela luz do poste.
maldita eu a abomino e odeio ou pelo menos tento pois não sei em qual sentimento devo me basear para resistir a afronta dela.

minha mente se perdeu foi nas madrugadas  e nas lembranças de tudo que não soube aproveitar tenho a imagem nítida da teia, da luz, da lua e do sol no mesmo céu, e do vento e do silencio e da pressa que meu então vivo coração pode sentir no dia  " ate onde posso ir sem precisar voltar ? " me perguntei eu acho, se não me perguntei me perguntaria agora,
 pelo menos e a contra resposta/pergunta mais satisfatória para me defender, deixar pensar que me importo e que viver e muito mais que simplesmente existir ( apenas não quis contradizer )

meu corpo descamado mas acabado sofre com o que mentes tolas chamam  de amostra grátis  do inferno mal sabendo que aqui e um refrigério para os que la estão , pensamento que outrora foi introduzido em minha mente quando menos esperei ( há pessoas que não sabem o poder da suas palavras conheço três ou melhor cinco "monstros" assim ) se não a usam por bem próprio não sei mais o que pensar de tudo que ja conversei ou ouvi  mas um abismo chama a outro abismo como parar e ouvir e ver pode ser um principio da queda também pode ser o principio da ascensão meus olhos sentem vontade de chorar toda vez que abro pra ver oque está em minha volta talvez seja porque não me acostumei com essa visão nítida da historia  queria voltar pra verdade com um pouco de fosco e desdouro de outrora.











terça-feira, 7 de outubro de 2014

Ponto de vista

Parado observando a paisagem e
absorvendo toda sua vitalidade
encontro a paz em lugares comuns
mas que são pouco questionáveis
(de como algo tão simplório
pode conter tamanha paz  )
afinal oque foi preciso abrir mão ?
para que aquela dor e aperto saia do coração ?
momentos que são horripilantes a primeira instancia
podem se tonar de  fato molificantes
depende do globo ocular que o vê
depende do que você conseguiu reter
o inimigo só cai e você continua revigorando
as folhas velhas caem e as novas vão brotando
é quando o inverno sai o verão vem chegando
por mais contraditório que pareça
toda a sua historia gira em torno de alguém
o muleque que joga bola no campo é você mal conhece
mas que te vê chorar e logo faz uma prece
ou a senhora que nas madrugadas sai a rua
orando para que anjos guardem as vielas escuras
ou como a moça que cedo faleceu
mas serviu de exemplo pra lembrar que o peixe morre pela boca
e tudo isso se percebe observando além da porta
aquela que se abre quando o os olhos começam a perceber
que o mundo não gira em torno de você
mas por você é com você
é complicado e contraditório tentar entender
que o sentido da vida não e apenas viver aprender conhecer e morrer
pelo menos uma dessas vidas sua historia tem que enriquecer...

Parado fitando o céu reluto a compreender
que é  o mesmo colorido que seus olhos podem ver
o seu céu e tão límpido como o meu ?
e penso também se essas ruas ouviram os passos seus
e tento segui-los cada passo mesmo fracassando
pisando e falso e muitas das vezes errando
seguindo sua sombra a cada canto
como se não houvesse luz o bastante
me identifico com as crianças daquele dia distante
onde me perdi nos nuances e nos sons
no toque e barulho do vento
e nos ecos das crianças jogando bola
no vasto e imenso campo de visão que meus olhos puderam ver
pela primeira vez enxerguei o que me disseram uma vez :
"retire o MAS do seu vocabulário um pouco e coloque um talvez ou um sim
se permita ser feliz "
e hoje eu me permiti,
não só hoje mas desde aquele momento nostálgico
onde pude sentir o chão com meus Pés descalços
livres para seguir os encalços
das historias que me completam a cada passo que dou
hoje uma criança chorou
conheci um rapaz que de cara me encantou
com a sutileza e simplicidade que a vida não teve
e que provavelmente não percebeu que a tivesse
e uma moça que mesmo triste insiste em sorrir
não entendo o porque mas torço para vê-la feliz
por isso paro e observo o que a vida traz para mim
a absorvo tudo que me entregam e agradeço por coexistir