terça-feira, 15 de agosto de 2017

Fantasma Sólido

E os viajantes que agora cruzam aquele vale,
Pelas janelas avermelhadas, vêem
Grandes formas que se movem fantasmagoricamente
Ao som de uma melodia destoante;
Enquanto, como um rápido rio espectral,
Pela porta pálida,
Uma multidão medonha se precipita sem cessar,
E ri – sem jamais sorrir.-
E por debaixo daquela ponte dentro da casa um rapaz ouvia o bater metálico dos trilhos e das rodas
E no trepidar da passagem do trem
por um breve momento se desvinculou do vermelho por do sol que invadia  a paz momentânea​ do seu quarto pela janela o qual ao longe também se podia ouvir risos e gritos que mais pareciam ecos de suas memorias  e lamentos
E o degradê de sombras e carmesim dançavam sobre o palco do seu peito nu e com seus dedos ele tocava aquela canção enquanto sussurrava uma contra melodia mas que não se perdia   nessa maravilhosa união.
E quando o emissário sonoro foi embora tao adrupto como viera ele se sentiu só
Não podê dizer o porque , afinal não  havia ninguém a quem ele pudesse conversar no momento
E tinha medo de ouvir sua própria voz
De confrontar a vida que se extinguiria a cada palavra que ganhasse forma e vida  pelo anseio de quebrar aquele silêncio que a poucos minutos eram de paz
Mas não mais...
Agora toda alegria se fora, toda novidade, excitação, prazer e gozo ja não o pertenciam ele se via preso e sozinho , na verdade acompanhado de seu pior inimigo : ele mesmo.
E como pode esquecer como sua mente fraca e seu corpo frágil se degladiavanse a toda noite e nascer do dia.
Ele nada mais era que o palco de uma guerra sombria entre sua mente e seu coração, entre pegar a faca e cortar a vida fora daquele corpo judiado ou pegar as pílulas e enfiar guela abaixo enquanto espera os efeitos da paz em forma de pó que se dissolvian em sua garganta desfazendo o nó que o impedia de gritar, de entoar canções, de puxar um papo amigo e até as vezes de sussurrar um pedido.
Ele sentia necessidade de colocar um fim nisso tudo no momento que se passou mas de alguma forma se eternizou em seu quarto um momento etéreo mas tão humano em sua decadência.

* Parte da inspiração vem da obra
" A queda da casa de Usher de Edgar Allan Poe"

 

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Quem observa os observadores

Parei de observar  o todo mas também não procurei participar
Apenas apaguei meus rastros minhas anotações e meus recados
Nao me importei em fotografar o momento nem a sua voz no meu gravador
Pra rebobinar varias vezes como uma droga inalada
Sei que está pertudaba pela minha ausência mas sigo inoperante distante de mim
De onde estive e de onde realmente deveria ir
Te contei dps meus novos hobbies?
Te falei sobre o clima do sábado passado?
Eu ao menos te dei boa noite na quinta ?
Acho que nao... Mas são vestígios de que estou indo embora
Vestígios que se perdem na memória no passado e no
futuro
E no fim disso tudo talvez eu perceba e volte
Talvez pare de contar com a sorte e enfrente a realidade como ela é
Sem pé nem cabeça apesar de as vezes parecer ser um bicho de 7 cabeças
Uma quimera
Engraçado nao ? Comparar o real com o fantasioso sei que seus olhos se encheriam de desgosto por me ver  chorar
Mas você nunca vai entender porquê eu nunca te permitir me amar
Eu me privei de você assim como você me priva do seu alento
Me vejo em devaneio como sempre estive
Nem tudo mudou
Nem tudo pode mudar
Para nossa sorte ou não continuo a te amar...