Transbordando entre meus dedos frágeis e meus olhos molhados sinto minha vida esvair
As forças que me restam vem de comprimidos
Sorrisos arrancados que logo vão sumir
Quero ir e não voltar
Quero ir descansar
Mas eu fiz uma promessa que pendura
Uma promessa que não iria me matar até ....
Fiz uma promessa que pendura por anos e décadas sem cessar
E mesmo vacilante sigo em frente
Mesmo morto por dentro
Sigo vivendo essa promessa
Tenho medo de falhar
Tenho medo de me afogar
Agora o sangue escorre dos cortes que ele faz em meu corpo
Agora ele faz a lâmina dançar conforme as batidas do meu coração
Lentas e dolorosas
Sinto o pulsar de uma esperança
Sinto o pulso e uma lâmina
Eu não quero cessar
Que a promessa seja a fagulha de vida que me permita morrer em paz
Que me permita morrer em paz
Em vida ele não me traz paz mas na morte ele promete
Meu outro eu sussurra delírios em minha mente
Mas sigo errante na promessa que pendura nesse instante
Não posso ir
Não posso descansar
Essa luta interna me domina
As vozes não me deixam pensar com clareza
A incerteza de uma dia me faz temer
Onde apenas um vacilo eu perco tudo e mais que isso
Quebro a promessa de não me matar até que esteja sozinho para tudo acabar .