quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Havia então lugares pacíficos

Meus olhos cansados agora umidessem a terra em que estou
Ela parece como areia movediça que no fundo dela tem uma luz que me enfeitiça a me afundar mais
Cada vez mais...
Sozinho distante de mim mesmo
Não sei porque comecei
E nao sei o que o final me traz
Mas quero paz
Mesmo que ela venha da morte
Mas não quero morrer mesmo que pra isso não tenha paz
Sou incapaz de tomar uma altitude
Sou rude com as escolhas que a vida me dá
Parei no tempo , peço alento de quem passa e me deixou para trás
Sou um peso caído
Aos poucos perco amigos
E tudo para sobreviver mais um dia
Agradeço a fluoxetina que me tira de casa
Agradeço aos momentos que finjo que tudo é surreal
Saio na rua as pessoas estão mudas e eu cego
Não exergo o caminho que devo ir
Naao quero ir pra nenhum lugar
Quero ficar mas não posso ficar sozinho
Então sou obrigado a escolher
Entre perder a paz e a morrer
Aos poucos
Bem lentamente
Não vejo pra onde ir
Não...

Pérfida hemorragia

Queria fugir dessa folha branca queria não me afogar nessas lágrimas
Queria ter feito algo que mudasse
O seu fatídico fim....
Lembro de você
Lembro quando te conheci
mas já não sei como era o timbre da sua voz...
E nem como era os brilhos dos teus olhos
Você se deixou levar
Por esses pensamentos tortuosos
Que te cortavam
Que te faziam sangrar
Por dentro e por fora
Essa hemorragia pérfida
Que não te sarou como você pensava
Ele te matava aos poucos com doses de alívio
Seu placebo era seus braços magros sendo cortados
Me pergunto o quanto doeu....
Lembro de você nas músicas
Lembro de você nas fotos
Lembro quando falava com alegria
E também lembro como ela foi embora aos poucos
Tudo tao rápido
Tudo tao avassalador
Me sinto ainda culpado
Queria ter te ajudado
Queria que estivesse vivo aqui.

(Dedico ao meu falecido amigo...)

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Espectador

 
 
 
Outra noite aos prantos eu te escuto por entre as paredes
Chorando e umedecendo o ambiente
Tentando explicar pro seu coração mas ele não entende
E até sua mão começa a vacilar na hora de escrever
Aquela carta de amor
Aquela carta de despedida.
Foi uma vida vazia eu sei
Porquê eu presenciei tudo da janela.
Porquê eu presenciei tudo da janela e não te ajudei?
Sou culpado eu sei
Sou colaborador da sua ruína
Me deixe te ajudar a terminar
A terminar sua carta de despedida
Sua carta de confissão
Sua carta selada por segredos e lágrimas que não pude secar
Sabia que via formas no escuro a te observar...
Sabia que eu também te notava?
Te procurava mesmo sem saber que te queria
Mas em um belo dia você sumiu
Perguntei aos vizinhos mas ninguém te viu
Ninguém nunca te via
Nunca te notaram
Mas eu sim
Seu sorriso escondido era de alguma forma a melhor parte de mim
Mas agora se foi como o sol se pôs
Mas agora se foi como o só lá si foi
Me ajude a entender sua carta de despedida
Me ajude a entender como me despir da minha agonia
Queria ter estado lá você sabe
No momento que os cortes fizeram sentido
No momento que não havia mais o que sentir
Queria ter sorrido pra alegrar seu dia
E quem sabe o final virasse um daqueles de fantasia em que viveríamos felizes até o fim?
Ai de mim
Não sei colocar um fim a sua carta
Não sei que fim devo tomar
A janela do 3 andar me chama
Devo correr pra chama não se apagar?
Devo viver por nos dois ou devo me redimir contigo?
Te reencontrar e seguirmos juntos o mesmo caminho ?
Sinto muito mas não sei o que sinto...

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Fantasma Sólido

E os viajantes que agora cruzam aquele vale,
Pelas janelas avermelhadas, vêem
Grandes formas que se movem fantasmagoricamente
Ao som de uma melodia destoante;
Enquanto, como um rápido rio espectral,
Pela porta pálida,
Uma multidão medonha se precipita sem cessar,
E ri – sem jamais sorrir.-
E por debaixo daquela ponte dentro da casa um rapaz ouvia o bater metálico dos trilhos e das rodas
E no trepidar da passagem do trem
por um breve momento se desvinculou do vermelho por do sol que invadia  a paz momentânea​ do seu quarto pela janela o qual ao longe também se podia ouvir risos e gritos que mais pareciam ecos de suas memorias  e lamentos
E o degradê de sombras e carmesim dançavam sobre o palco do seu peito nu e com seus dedos ele tocava aquela canção enquanto sussurrava uma contra melodia mas que não se perdia   nessa maravilhosa união.
E quando o emissário sonoro foi embora tao adrupto como viera ele se sentiu só
Não podê dizer o porque , afinal não  havia ninguém a quem ele pudesse conversar no momento
E tinha medo de ouvir sua própria voz
De confrontar a vida que se extinguiria a cada palavra que ganhasse forma e vida  pelo anseio de quebrar aquele silêncio que a poucos minutos eram de paz
Mas não mais...
Agora toda alegria se fora, toda novidade, excitação, prazer e gozo ja não o pertenciam ele se via preso e sozinho , na verdade acompanhado de seu pior inimigo : ele mesmo.
E como pode esquecer como sua mente fraca e seu corpo frágil se degladiavanse a toda noite e nascer do dia.
Ele nada mais era que o palco de uma guerra sombria entre sua mente e seu coração, entre pegar a faca e cortar a vida fora daquele corpo judiado ou pegar as pílulas e enfiar guela abaixo enquanto espera os efeitos da paz em forma de pó que se dissolvian em sua garganta desfazendo o nó que o impedia de gritar, de entoar canções, de puxar um papo amigo e até as vezes de sussurrar um pedido.
Ele sentia necessidade de colocar um fim nisso tudo no momento que se passou mas de alguma forma se eternizou em seu quarto um momento etéreo mas tão humano em sua decadência.

* Parte da inspiração vem da obra
" A queda da casa de Usher de Edgar Allan Poe"

 

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Quem observa os observadores

Parei de observar  o todo mas também não procurei participar
Apenas apaguei meus rastros minhas anotações e meus recados
Nao me importei em fotografar o momento nem a sua voz no meu gravador
Pra rebobinar varias vezes como uma droga inalada
Sei que está pertudaba pela minha ausência mas sigo inoperante distante de mim
De onde estive e de onde realmente deveria ir
Te contei dps meus novos hobbies?
Te falei sobre o clima do sábado passado?
Eu ao menos te dei boa noite na quinta ?
Acho que nao... Mas são vestígios de que estou indo embora
Vestígios que se perdem na memória no passado e no
futuro
E no fim disso tudo talvez eu perceba e volte
Talvez pare de contar com a sorte e enfrente a realidade como ela é
Sem pé nem cabeça apesar de as vezes parecer ser um bicho de 7 cabeças
Uma quimera
Engraçado nao ? Comparar o real com o fantasioso sei que seus olhos se encheriam de desgosto por me ver  chorar
Mas você nunca vai entender porquê eu nunca te permitir me amar
Eu me privei de você assim como você me priva do seu alento
Me vejo em devaneio como sempre estive
Nem tudo mudou
Nem tudo pode mudar
Para nossa sorte ou não continuo a te amar...  

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Enlace

Te via de uma maneira frugal com sua calça jeans rasgada e sua camisa que mais parecia um vestido
Aquela camisa cinza com estampas que eu não sabia o significado, seu perfume amadeirado e suas sandálias desbotadas de tanto usar... o dia começou quente mas no começo da noite esfriou podia sentir o calor dissipando do seu corpo como uma irrupção da qual você não soube se recuperar, não foi so o calor da sua pele que aquele dia te roubou não e mesmo ?
Minha pele ja estava fria mas aquecida pela blusa de frio marrom e cinza degradê mas mesmo assim eu tremia não pelo frio mas pelo que poderia acontecer , entre eu e você , entre nós dois , e com você.... Me aproximava cada vez mais de você mas não importava quanto centímetros eu vencia me sentia mais distante, seu sorriso disfarçava um dia de tristezas e o meu uma vida de incertezas que não soube viver mas estavamos la naquela hora esperando o que quer que fosse
Mas se o que tanto eu esperava me encontrasse , não te deixaria só
Então você me pergunta :
Por que existem dias em que meu melhor não e o bastante
? O que esperam de mim ?
Eu não tinha tais respostas mas eu estava ali para te ouvir e fazer rir se precisasse , mas não era esse eu que você queria  então pensei e disse :
Porque existem dias em que você tem que ser só você mesmo, e que o mundo não esperava nada mais ou menos de você, e que é fácil se perder quando não nos focamos no que nos faz aguentar .
Quando me deparei te vi chorando e me abraçando, mas na verdade não queria estar lá aquela hora , porque eu sabia que um dia também te fiz chorar suas lágrimas molhavam meu ombro seu calor inundava meu ser e a sua fragilidade me levava a crer que talvez pela primeira vez eu estava no lugar certo e na hora certa.
Mas apesar de parecer durar vários minutos logo nosso enlace foi quebrado , me peguei desnorteado preso por um acaso apesar de não acreditar nele... Ele me encarava no fundo dos meus olhos tristes como se soubesse de tudo sem ao menos perguntar.
Mas eu quebro o novo silêncio perturbador...
" Não deveríamos estar aqui sozinhos não deveríamos nem ser amigos na verdade"
E isso foi como te esmurrar a face mas sei que você ja aguentou mais que isso
" Me sentia sozinho e por algum motivo pensava apenas em você" você disse
Claro solidão e um ótimo adjetivo pra mim - pensei
E não queria estar la naquele momento mesmo sabendo que deveria
Olhei pros seus braços e me lembrei o porque de ao menos tentar
"Ainda se corta ? "
Você leva a mão nas marcas do braço como tivesse se esquecido que elas estavam la, como se sempre estiveram no seu corpo desde o nascimento.
Por um breve momento de fraqueza e franqueza te entendo mas não queria te ver assim não queria te ver de nenhuma maneira mas contanto que estivesse bem eu poderia te deixar em paz.
"Tenho evitado, mas não e como tudo tivesse melhorado sabe" você diz e sorri
E nessas horas , nessas malditas horas que fico com raiva do mundo por fazer pessoas como você chorar por pessoas como eu e você sermos a negatividade da balança pra que tudo esteja em equilíbrio mas eu sei me defender de mim mesmo das vozes que me levam pra baixo .
Nossas mãos se encostam por cima das suas feridas e como eu queria
Te curar. Então eu falo em voz alta sem pensar : " queria ser alguém melhor pelo menos pra você"
Seus olhos não me culpam não me questionam e muito menos me vêem com tristeza e eu sorrio de volta e por um breve momento de alguma forma descobrirmos que tudo ficaria bem.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Reciprocidade dos corações

Existe um silencio que eu quero quebrar
mas ao mesmo tempo quero que seja atemporal
posso sentir teu cheiro desse lado do quarto
e sei que nossas respiração tentam entrar em sincronia
nossos corpos são como imas
e nossas vidas tão opostas
quando viro as costas depois do "ate logo"
so sei olhar para trás
sempre a espera de algo mais
ou de tudo novamente
ouvir o timbre da sua voz e seu sorriso indolente
meu placebo para dias ruins
e dias bons também
nem sei se estou apaixonado por você
mas saiba que quero seu bem
mesmo que não me queira ver amanhã
mesmo que se parta e esqueça de mim
desejo sua felicidade
seja no seu ritmo ou nos da baladas que me levou
espero que se não me quiser
encontre alguém que te ame
como esse alguém te amou

Pequeno Baluarte


Não quero tampar meus ouvidos para oque  está por vir ( mas deveria)
não quero fechar meus olhos para o que está por vir (mas deveria)
Eu solto uma rima no papel e meu alaúde quebra
minha metáfora se esvazia
enquanto a sabedoria hiberna
jocosa e embriagada de tanto lamentar
em busca dos sãos e dos sábios
o mamão desse a rua mas não sei de onde ele veio
minha mente passa lampejos de onde ele poderia estar
Meus olhos aquela hora fitavam o cimento e a fruta a rolar
ate sumir da vista dos meus olhos mortos mais intactos
parados fitando alguém ou algo a espera de nada...
ele tinha uma melodia macabra se formando em meu coração
talvez ele fosse realmente ingrato
mas antes do fim pretendemos viver a vida toda pelo menos uma vez
enquanto lutamos contra a insensatez
esperando um dia pra ver quem leva a melhor
minha mente ou meu coração ?
mas se meu corpo estiver destruído no fim do combate
de que serviria a vitória ?
e se chegar morto ao menos levo os dois comigo para cova
porque busquei a resposta e lamentei quando a  encontrei
porque perdi tempo demais e não entendi nem a metade
estendi minha mão para alcançar minha válvula de escape
que titubeava nas ruas da cidade
era meu apoio meu ponto de partida ou chegada não sei...meu pequeno baluarte
meus pulsos ardem em busca de compreensão
mas a ferrugem me impede de mostra-los a razão...

Passagem



Sempre achei que depois da tormenta
e do vendaval viria a calmaria ...
mas o que encontrei foi um turbilhão de emoções
e uma falsa paz perturbadora, histérica mas afável
Talvez porque já tenha tomado minha decisão ... ou talvez porque não me importe mais,
não como antigamente
Os dias são quietos mas as noites ouço a multidãod e sentimentos,
cada um deles...
Como ecos do meu coração tentando corroer meus pensamentos
não que sejam louváveis e esperançosos
Mas temos que lutar por algo para parecermos mais humanos
para mão esquecer de como éramos e o que nos tornamos
como queria te abraçar te contar tudo
e no final guardar só o pior dentro de mim
Essa ferida que não sara
que não passa a dor
mas que cada dia se fecha mais  e se abre no meu interior
E sei que lá dentro em algum lugar
esta cravado nomes
datas e outras recordações
mas que com o tempo se apagam
dando lugar a outras emoções
outras feridas, outras versões de mim
já não sorrio quando lembro do passado
já não assobio aquela canção
... que na verdade nem  me lembro qual era
tudo e novo mas o passado e minha ponto para o futuro
uma ponte intransponível
mas que de alguma forma passarei

terça-feira, 4 de abril de 2017

Psicologia silenciosa

Três pessoas olham para o horizonte me pergunto o que cada uma delas vê eu vejo árvores construções e um calmo seu azul mas estava vendo tudo a olho nu
Sem alegrias ou tristezas para me servir de lente
Mas  a moça que outrora devia ter um olhar inocente já enxergava tudo com um amargo na boca, mal piscava enquanto os pássaros nadavan nesse azul invertido
E o moço com chapeu retro continuava sorrindo será a alegria tão bela assim de se ver?
as nuvens agora formavam um céu degradê me pergunto se a força da alegria era tão forte assim para mudar ate a sintonia do tempo
E por último tínhamos uma senhora tão serena e severa no olhar
De quem não pode perder tempo mas sabe a cada minuto aproveitar, o canto dos pássaros e mudança nas formas das nuvens
Parece que o céu gosta de  pregar um teste psicológico o que enchergamos quando paramos para refletir o que Deus fez  através das nuvens
E eu continuei enxergando o abstrato o normal e segui calado . O metrô então chegou nos desencadeando desse momento sagrado onde cada um de nós enxergavamos o que o nosso coração queria ver talvez um rosto querido uma construção , ou quem sabe até um animal de estimação . E todo silêncio foi trocado por um som orquestrado palavras, gemidos, e ate a respiracao entrando em sintonia com o som da maquina sequindo os trilhos que por um breve momento nos leva para a mesma direção .

sábado, 1 de abril de 2017

Esquiva

A frustração e intoquixicante e nesse mesmo instante te vejo prendendo o ar
Seus pulmões pesados de culpa
Por não ter aceito lutar
Ter entregado os pontos e pior que a dor de não ter feito
A frustração e um veneno leviano mas cruel
E como se todas aquelas vidas fossem de papel

Ontem mal olhei em seus olhos
Hoje já te comprimentei
E amanhã quem sabe te direi a verdade
E o que seria a verdade?
Vinda de nos um acúmulo de mentiras destorcidas , e estruturadas para serem algo melhor
Algo melhor que nós mesmos
Ou pelo menos acreditamos assim
Passamos a vida toda querendo ouvir uma melodia mais alegre
Ou respirar um ar que não nos intoquicique nosso pulmão

Prenda o ar e feche o coração
E veja como doi
Feche os olhos e as mãos
E veja como doi
E  irei te perguntar se se sente melhor
Mesmo sabendo a resposta
Eu olharei em seus olhos mesmo que soframos
E depois que aprender a lição estaremos caminhando lado a lado novamente
Oscilantes mas veementes do caminho que não se ve
E não se pode andar sozinho
Quero respirar o ar puro
Quero que esse mundo seja limpo de pessoas como nós...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Qual o seu nome ?



Que dor é e essa sem nome que chama
Para me libertar de mim mesmo
Mas não posso alcança-la porque não sei seu nome
como posso chama-la para adentrar
para tomar um café comigo para que possa me deixar
não sei de onde vem e nem para onde vai me levar
Mas eu quero abraçar ela com todas minhas forças
com todas as forcas restante da minha alma
Quero agradece-la por me dar um ponto de partida
E um ponto de chegada
mas não sei como encontra-la mais
Meus olhos cheios de lagrimas secas não me deixam enxerga-la
meus ouvidos não ouve suas pegadas
será que vem do céu esse meu socorro ?
ou do meu sangue a terra estará o meu conforto?
Qual e o seu nome dor ? Qual e o caminho para abraçar-te?
me chame de amigo que te chamarei de meu baluarte
 e espero que não seja tarde para dizer adeus
que não seja tarde para ver os sorriso mais uma única vez e
guarda-los na memoria
que não seja tarde para dizer que sinto muito
que não seja tarde para ter meu último momento de clareza
e dizer que nunca estive lá de fato.. não presente
roubaram uma parte de mim que nunca pude encontrar novamente
ainda a ouço gritar a espera de uma salvação decorrente de seu sofrimento
mas não vejo por onde ando
mas me conforto no seu lamento
então me de mais uma chance ou me leve para longe
não quero ver o que me tornei
quando tinha 11 anos esperava chegar vivo aos 16
hoje a felicidade parece uma ilusão um devaneio
mas ainda assim eu a desejo.

Loqui Solus

Eu estava me sentindo incomodado , não como daquela vez em que estive com aquela mulher  e não houve nada que eu falasse ou demosntrase que a fizesse se  afastar de mim. 


Daquela vez foi pior, o tempo abafado fazia com que desintregasemos em suor , o hipnotizante barulho do ventilador nos deixava atordoados mas não mais que o nó em minha garganta o cataclismo mental que eu era apresentado...
mas hora ou outra o vento perturbador que vinha do lado de fora da casa degladiava-se com o do ventilador criando nosso próprio el ninõ e assim como minha mente, aquele cômodo era mais um campo de guerra .
Passava minha língua entre meus dentes e pude sentir o gosto de sangue quando mordi meus labios foi como uma dádiva lembrar que ainda existia vida em mim e por um momento desistir dela não pareceu-me tão fácil . algum lugar daquele cômodo um timbre humanóide se direcionou a mim eu fitei as paredes brancas e descascadas como se fosse um baluarte me perguntei se meu el ninõ chegaria tarde para me salvar.  De certo modo era desconfortante igual como a insatisfação -  a insatisfação nada mais é do que expectativas frustadas sempre pensei dessa forma - mas hoje , nesse exato  momento não tinha expectativas algumas de sair vivo de lá pelo menos não totalmente, uma parte de mim morreria naquele lugar junto com nossos sonhos ou o passado que um dia tivemos todos esses acontecimentos fazem  tudo parecer como um sonho como uma bolha de sabão como os dentes de leão tão frágeis mas tão hipnotizadores refletindo algo que jamais saberei o que e.
E aquela voz me trazia anseios junto com a ânsia de vômito só de pensar que por um breve momento eu desejei ser algo a mais do que realmente era... e a voz me  questionava enquanto fixava seus olhos negros em mim ridicularizando-me fazendo me sentir menor do que provavelmente sou e enquanto o suor escorria sobre minha testa pude enxugar e disfarçar meus olhos marejados e rapidamente olhando o seu vestido azul florido me perguntei por quantas noites você chorou também e navegou nessa escuridão e solidão sem se sentir morta por dentro - e o que vai fazer agora ? não pretende ir a nenhum lugar ? - ela me confrontava enquanto me recuperava do baque de saber que meus dias jamais seriam lembrados porque eu não me importei de fato como deveria , mas não pude responder de imediato quis ao menos arrancar um sorriso da Dor porque eu e ela sempre fomos assim mas infelizmente dessa vez foi diferente pude senti-la tendo piedade de mim e não pude mais saber se estavamos sendo sinceros .
É quando finalmente meu El nino chega eu não sabia se estaria pronto para me confortar em seus braços, não sabia quais respostas ele exigiria de mim então eu me afastei e esperei com toda impaciência embora com temperança. E Já não sentia os pingos de suor na minha pele e nem ao menos o espaço em minha volta somente seus olhos e sua presença fixadas em mim e meu coração queimava com uma chama controlada mas fria em busca de alguma aceitação , mas essa segredo so saberia posteriormente quando meu subconsciente me revelasse.